tag:blogger.com,1999:blog-26126623356511466282024-03-05T21:46:06.653-08:00Marcos Paulo SabiáConhecereis a verdade e a verdade vos libertará!Marcos Paulo Sabiáhttp://www.blogger.com/profile/09023412370257558943noreply@blogger.comBlogger31125tag:blogger.com,1999:blog-2612662335651146628.post-20615784862763633992014-01-11T02:45:00.003-08:002014-01-11T03:00:01.706-08:00Herodes Sarney<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigMdHgspd9i5bsDCyhytZjADAY1x1YN1ZUEdltI7g9tDV0uw-o2eyWM-W035KyDLaRCbcFlNXQnDOWNLlGfFH-LydSy9dPZ39jwtuPu7ETPw8Q_3dA_iEoGPtjpQ1YyBd-OzNJMSQakuFD/s1600/jo%C3%A3o+batista-cabe%C3%A7a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigMdHgspd9i5bsDCyhytZjADAY1x1YN1ZUEdltI7g9tDV0uw-o2eyWM-W035KyDLaRCbcFlNXQnDOWNLlGfFH-LydSy9dPZ39jwtuPu7ETPw8Q_3dA_iEoGPtjpQ1YyBd-OzNJMSQakuFD/s1600/jo%C3%A3o+batista-cabe%C3%A7a.jpg" height="256" width="320" /></a></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Estarrecido com o caos desnudado das prisões maranhenses, a explicitação da barbárie no vídeo da degola produzido pelos prisioneiros de Pedrinhas, tive a sensação de </span><i style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">"déjà vu", </i><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">de que aquela cena já me havia sido contada em algum momento. Me recordei então da cena abaixo descrita nos evangelhos:</span><br />
<span style="background-color: white; color: #111617; line-height: 20px;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></span>
<br />
<blockquote class="tr_bq">
<i><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="background-color: white; color: #111617; line-height: 20px;">Porquanto o mesmo Herodes mandara prender a João, e encerrá-lo maniatado no cárcere, por causa de Herodias...</span></span></i><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><span style="background-color: white; color: #111617; line-height: 20px;">E, entrando logo, apressadamente, pediu ao rei, dizendo: Quero que imediatamente me dês num prato a cabeça de João o Batista...</span></i></span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="background-color: white; color: #111617; line-height: 20px;"><i>E, enviando logo o rei o executor, mandou que lhe trouxessem ali a cabeça de João. E ele foi, e degolou-o na prisão...</i></span></span></blockquote>
<br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="background-color: white; color: #111617; line-height: 20px;"><i><br /></i></span></span>
<br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O crime dos evangelhos envolve o pernicioso nepotismo que se estende sobre o Estado, a barbárie do poder público, a violência da degola, prisões insalubres, mulheres insanas, podridões encobertas, vozes caladas. A metáfora imediatamente se impõe! </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Não há letreiros abaixo do texto bíblico ou do vídeo divulgado pela <b>Folha</b> advertindo que qualquer semelhança com a realidade seja mera coincidência, não se trata de obra de ficção, não são atores, não estamos em um estúdio ou cidade cenográfica. Estamos na Judeia, estamos em Pedrinhas, Maranhão, do pior IDH do Brasil, da miséria, da (des)educação, da fome, da dor, da violência, da mão pesada do Leviatã que se perpetua no poder.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Nesta metáfora a luxúria dos governantes da terra da "grande mentira" (um dos possíveis significados de Maranhão no português arcaico) é sufragada com as cabeças de presos de facções criminosas, nossos "Joões Batistas" que clamam no deserto das prisões brasileiras que se tornaram câmaras de tortura, universidades do crime, lugares de fáceis e rasas designações e análises mas de complexas e raras soluções.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E nós, "cidadãos de bem", estamos aonde<span style="background-color: white; line-height: 16px;">? Não seríamos nós a plateia do banquete de Herodes Sarney, presidente do Brasil, imortal, indestrutível, inexorável</span></span><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: arial, sans-serif; font-size: x-small; line-height: 16px;">? </span><span style="background-color: white; line-height: 16px;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Não estamos nós nos refestelando no banquete da corte, regado a lagosta e camarão devidamentes licitados, do espetáculo do crescimento, do desemprego baixo, da estabilidade econômica, do consumo crescente a vociferar em frente à TV: são bandidos, que se matem</span></span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="background-color: white; line-height: 16px;">? Quem são os criminosos, por ação ou omissão nesta parábola tupiniquim</span><span style="background-color: white; line-height: 16px;">?</span></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="background-color: white; line-height: 16px;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="background-color: white; line-height: 16px;">Não digas que o povo do Maranhão escolhe mal seus governantes pois os nomes e rostos mudam mas as práticas perniciosas e malévolas se multiplicam pelo país aonde presos são esterco a ser devidamente enviado aos lixões nos quais os depositamos e rebeliões como essas são nada mais do que o xurume destes terrenos baldios aonde lançamos os restos de humanidade que ainda resta nestes seres humanos.</span></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="background-color: white; line-height: 16px;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="background-color: white; line-height: 16px;">Enquanto permanecermos calados, quantos "Joões Batistas" precisarão ser degolados até que o Messias de fato venha e diga: arrependei-vos pois chegou o Reino de Deus</span><span style="background-color: white; line-height: 16px;">?</span></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Marcos Sabiá</span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>Marcos Paulo Sabiáhttp://www.blogger.com/profile/09023412370257558943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2612662335651146628.post-9477920033651253192013-06-15T04:02:00.000-07:002013-06-15T04:05:45.950-07:00Pelo protesto<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Do conforto de minha sala em um escritório de luxo em São Paulo ouço colegas a vociferar insultos ao grupelho, como descrito em editorial da Folha de São Paulo, que insistentemente tem protestado contra os aumentos das passagens no transporte público.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">As reclamações contra os impactos desses movimentos tem uma causa única, comum, perversa: o individualismo que se impõe como a grande característica de uma sociedade que tem, cada vez menos um rosto, uma causa, um grito comum. Não nos sensibilizamos com a dor do outro quando esta não nos dói pois <b><u>somos verborrágicos na solidariedade e tetraplégicos na ação.</u></b></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Este individualismo na avaliação do assunto extrapola para a mídia, até outrora refratária aos ideais e práticas do movimento mas que começa a mudar de lado ao perceber que a violência perpetrada pelos agentes do Estado não ataca pessoas mas ideais da humanidade como a liberdade de expressão e de reunião, tão solenemente consagradas na Constituição Federal e tão porcamente afrontada nas ruas.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Vejo reações apaixonadas contra os protestos pelo impacto no trânsito, este trânsito tão castigado em uma metrópole como São Paulo que tem linha vergonhosamente menor (aproximadamente 70 km) que cidades como Santiago (103 km), Cidade do México (202 km), Seul (287 km) ou Nova Iorque (1355 km, aí já é demais...). Esta situação vexatória expõe nosso estado de exceção, a virulência com que diuturnamente somos castigados mas que se transveste com variáveis etimológicas como "limites de orçamento" ou "eleição de prioridades" pelos governantes de plantão.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Somos vítimas de um Estado imenso com resultados pífios, em seus tributos um Leviatã faminto que com sofreguidão confisca a renda de um povo conduzido por entidades que assumem posições messiânicas que em suas promessas quiçá metafísicas só faltam dizer L´État c´est moi! (O Estado sou eu!).</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Não! O Estado não são prefeitos inertes e insensíveis ou governadores saídos de um momento em que a baioneta era a Lei e que abraçam bandeiras de Guerra ao Terror no melhor estilo George Bush. L´État ce n´est pas moi. C´est nous! (O Estado não sou eu. Somos nós!).</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Apoio este movimento e não as suas virulências, que não são suas mas de agentes isolados que não compreendem a força das palavras e do ato de amor que representa a luta por uma causa que é maior do que si. Esta luta é maior do que de seus manifestantes. É a luta de um povo, de um país que clama por justiça social. É a luta de uma humanidade que ainda tem resquícios de Deus. Deus este que protagonizou o maior protesto da história ao abalar as bases de nosso comodismo com nossa condição humana através do protesto perpetrado pelo sacrifício de Jesus Cristo, pendurado no cru madeiro pela mesma violência daqueles para os quais a melhor resposta ainda é a dor e a morte.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Vem, vamos embora, que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer!</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Marcos Sabiá</span>Marcos Paulo Sabiáhttp://www.blogger.com/profile/09023412370257558943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2612662335651146628.post-35040778261848938882013-04-02T19:37:00.001-07:002013-04-02T19:37:23.568-07:00Texto de alguém que sabe que não é melhor do que ninguém<br />
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Em tempos de intolerância e virulência de patrulheiros morais de um lado e ditadores gays de outro, vivi no Feriado de Páscoa a experiência em minha comunidade de recepcionar através do Projeto Luz Urbana em São Bernardo do Campo, travestis que são acompanhados por este projeto.</div>
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Não consegui dormir direito depois do evento. Saí da Comuna com uma alegria e certeza de que fomos Igreja na acepção mais completa da palavra, que pudemos nos achegar àqueles que o mundo olha com desprezo ou lascívia, de uma forma amorosa e gentil.</div>
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Infelizmente, ao mesmo tempo me invadiu uma tristeza profunda por saber que alguns voltariam para sua vida de violências e abusos. Que aqueles indivíduos com aparência que quiçá cause repulsa ao nosso mundo indefectível, tem histórias de maus tratos, depressão, incompreensão e abandono.</div>
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Triste em ver o que Satanás pode fazer na vida de um homem. Triste por ver meninos que eu não sabia se dispensava o respeito que tenho por meus irmãos ou a gentileza que tenho para com minhas irmãs. Homens que não conseguem mais compreender quem são. Seus corpos deformados pelo pecado não condizem com sua alma machucada e seu espírito à beira da morte. Suas emoções confusas não conseguem mais entender a obra do Criador, tão disformes estão pelo peso do pecado.</div>
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Vi a pobreza como um propulsor da prostituição e como nós construímos redomas em nosso mundo em que uma realidade tão candente ao mesmo tempo está tão distante de nós. Triste fiquei por saber que nossa igreja é uma exceção e que aos 32 anos de idade vi pela primeira vez meu evangelho acessando este tipo de doente de forma tão intensa.</div>
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Então me questionei: será que doente somente eles são ou nossa cristandade que não quer a feiura de seus corpos maltratados em nossos belos templos? Lembrei de Jesus, e que para ele, habitante de uma glória imarcescível, nós em nossas culpas e pecados somos todos criaturas disformes, distantes da beleza pretendida pelo Criador.</div>
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Então me conforto na lembrança da presença do Espírito Santo em nosso meio como poucas vezes senti. De um Deus que ama o pecador e que sabe muito bem que, abaixo da casca dura do terrível pecado ainda habita um coração sedento pelo amor que só em Jesus se pode encontrar. </div>
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Se nossa igreja não serve para receber estes homens, para nada serve senão para ser vomitada. Morrerá vazia de graça ou cheia de ossos secos, sepulcros caiados fartos de hipocrisia e religiosidade vã.</div>
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Esta nossa igreja precisa entender que a indiferença, a glutonaria, o egoísmo, a ganância e o individualismo são pecados pérfidos, fétidos, pútridos e que corroem a imagem de Deus em nós tanto quanto os pecados sexuais. Pecado é pecado sempre, mancha nas vestes brancas do homem que tenta aproximar-se incólume diante de Deus, sem saber que caminha a passos largos em meio ao mar de lama que é o mundo. Somente alvejadas no sangue do Cordeiro estas vestes podem estar alvas, prontas para as bodas.</div>
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E tudo isso é fruto da graça. Pois o perdão de Deus concedido em Jesus, seja para o líder religioso, seja para o ladrão pendurado no madeiro, é sempre graça e não merecimento.</div>
Marcos Paulo Sabiáhttp://www.blogger.com/profile/09023412370257558943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2612662335651146628.post-60697263997533121742013-03-24T16:57:00.000-07:002013-03-24T16:57:41.763-07:00Até quando somente um exemplo?<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ao contar-nos histórias de cristãos perseguidos, presos e mortos pela causa de um Evangelho ainda incipiente, o Novo Testamento nos inspira, constrange, impinge a nós cristãos de um país democrático e relativamente pacífico, um sentimento de saudosismo, pequenez, quiçá de vergonha.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Não raramente, líderes da cristandade tupiniquim quando investigados e denunciados pelo Ministério Público, Receita Federal ou órgãos afins por desvios de conduta, utilizam-se do expediente de recordar estas perseguições que forjaram a nossa fé, como que a comparar seus pérfidos crimes aos vitupérios sofridos pelos primeiros cristãos.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Mas o Evangelho de Jesus Cristo não permanece vivo e vicejante por conta desses desmandos. Sua Mensagem envolve nossas vestes, assim como a fumaça que impregna o Santo Lugar, pois vivemos a presença de seu Espírito e este mesmo Espírito ainda inspira homens e mulheres a oferecerem sua vida como libação por amor à Mensagem de Salvação do Evangelho.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">É por esta Mensagem que Jose Dilson Alves da Silva e Zeneide Novais, depois de 22 anos na África, estão presos no Senegal sob acusação de tráfico e aliciamento de menores desde 06 de novembro de 2012. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A frágil acusação se baseia na denúncia de um pai que, após seu filho abandonado na rua ter sido recolhido pela missão, motivado por questões religiosas, ardilosamente utilizou-se do sentimento religioso da maioria muçulmana para expor estes servos de Deus a condição de criminosos, apesar do laicismo do Estado senegalês.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Já são meses de silêncio da Justiça local e de inação de seus representantes legais. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Meu clamor por este casal de heróis da fé se confunde com uma tristeza profunda por mim, por meus pares, meus contemporâneos que, se não se envolvem em escândalos que afrontem o Evangelho, escondem-se, disfarçam-se, tergiversam quando o assunto é entregar a própria vida, negar-se a si mesmo, tomar a sua Cruz e segui-Lo.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Jose Dilson e Zeneide explicitam minha necessidade de viver um Evangelho mais intenso, mais profundo, mais arriscado, num permanente estado de quase morte, para que assim como eu compartilhe em meu corpo a morte de Cristo, veja operar em mim também o poder de Sua ressurreição.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Quero ser como Cristo, em meu corpo suas marcas, em meu caráter sua graça, em meu coração seu bálsamo a aliviar-me de minhas idiossincrasias. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Oro, canto e clamo que seja assim domingo após domingo, mas quando leio sobre Dilson e Zeneide do conforto de meu apartamento, vejo como estou distante do Mestre, como minhas segundas-feiras revelam a tibieza de minhas decisões dominicais.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Livra-me do corpo desta morte! Esfrega-me em face a verdade de que o bem que eu quero, não faço, mas o mal que eu não quero, esse eu faço.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Miserável homem que sou. Homem que vê em Dilson e Zeneide um exemplo. Até quando somente um exemplo</span><span style="background-color: white; font-family: sans-serif; line-height: 19.1875px;">?</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: sans-serif; line-height: 19.1875px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; font-family: sans-serif; line-height: 19.1875px;">PS Ore e mobilize-se por Jose Dilson e Zeneide - marcospaulosabia.blogspot.com</span>Marcos Paulo Sabiáhttp://www.blogger.com/profile/09023412370257558943noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2612662335651146628.post-4134141324472250802013-03-11T18:49:00.001-07:002013-03-11T18:50:53.519-07:00Sobre alguém que não merece a escrita. Sobre algo que merece.<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A eleição de Marco Feliciano para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias - CDHM da Câmara impressiona, envergonha, vilipendia e expõe as excrescências de dois relevantes sistemas nacionais: o Político e o Religioso.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O Político pois a eleição para a presidência da CDHM, como quase todas as eleições em sistemas perversos e que prescindem da participação popular, se deu por motivos espúrios: a baixa e vil troca de cargos existentes no Congresso Nacional.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O PSC "herdou" a CDHM, ainda que não fosse a sua predileta, pois a mesma traz repercussão popular mas não orçamento, este mais valorizado que aquele por esta sub-espécie do gênero humano chamada <i>"politicus brasiliensis"</i></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i><br /></i></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O PSC serviu de barriga de aluguel e plataforma política para os interesses do governo federal e agora, não consegue sequer indicar um nome de mais relevante jaez que Marco Feliciano, o homem que afirmou que a África é fruto de maldições de Noé e que a AIDS é o câncer gay. Não dá para levá-lo à sério pois ele não é um homem sério. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Feliciano junta-se aqueles que desejam fazer do PSC o "Tea Party" da política tupiniquim. Falam em nome de cristãos e de um Cristo que mal conhecem. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Quanto ao vexame Religioso, Feliciano explora o cristão mais simples exigindo ofertas vultosas, flerta com com a Teologia da Prosperidade, cobra pequenas fortunas para pregar em eventos organizados por seres da pior espécie e faz seus princípios esposados pelos piores cristãos norte-americanos. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Feliciano se refestela na lavagem dos porcos e olha aos céus, com seus dentes manchados pelo lixo despejado pelos cristãos do Norte.</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Feliciano se alegra pelo olhar de aprovação de pregadores brancos que, segundo ele, veem em sua pregação uma veemência que por lá somente os negros tem. Negros com os quais ele prefere não se identificar, pois quiçá ainda carreguem a maldição de Noé.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A indignidade de Feliciano no entanto não pode legitimar os atos de violência e intolerância perpetrados por integrantes das minorias. Ainda que esdrúxulos, seus argumentos devem ser rebatidos no campo das ideias, único local onde se aceita algum tipo de batalha em uma democracia.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Seus argumentos podem ser veementemente rebatidos mas jamais seus direito de dizê-los, sob pena de constituir-se não mais a minoria dos gays ou negros mas sim a dos neurônios.</span>Marcos Paulo Sabiáhttp://www.blogger.com/profile/09023412370257558943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2612662335651146628.post-25720085613981321262013-01-14T18:04:00.001-08:002013-01-14T18:11:46.337-08:00Quando os Cristãos perdem a razão<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2mFV-w2nHakGWJaEqmgumdQ9VHHdNILq0cdvTrj3oMHg-9phtugNN3L-y4E8LcVpKunbTcIy-PQ3Ui2NfTRNRP5bHLnlhmcjLIg1OMWvPZFOq8HL5hNraHKg_NZkpACx6x6Fmrm_iY7xJ/s1600/golgota.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="221" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2mFV-w2nHakGWJaEqmgumdQ9VHHdNILq0cdvTrj3oMHg-9phtugNN3L-y4E8LcVpKunbTcIy-PQ3Ui2NfTRNRP5bHLnlhmcjLIg1OMWvPZFOq8HL5hNraHKg_NZkpACx6x6Fmrm_iY7xJ/s320/golgota.jpg" width="320" /></a></div>
<i><br /></i>
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Marx impingiu à religião a insígnia de ópio do povo. </span></i><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><i><br /></i>
<i>Gilberto Carvalho, Secretário-Geral da Presidência, asseverou que o governo precisa se preparar para um embate ideológico com as igrejas evangélicas pela nova classe média. </i></span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><i><br /></i>
<i>Nietzsche determinou o cristianismo como um ataque ao sentimento de potência do homem. Uma religião de fracos. </i></span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><i><br /></i>
<i>Países como Coréia do Norte, Irã e Afeganistão refutam qualquer influência cristã em seu meio. Em alguns países, a perseguição resulta em morte.</i></span><br />
<br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Como cristãos,quando percebemos tais ataques, de relevância histórica ou não, ao sentimento religioso e ao cristianismo em especial, em um primeiro momento somos tomados por indignação e fazemos coro às reações mais extremas na defesa do que chamamos de sentimento religioso.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ainda que não nos somemos aos cristãos fundamentalistas (esta expressão deveria ter outro significado...) do sul dos EUA no apoio ao esforço de guerra, torcemos por um mundo em que a Pax Americana reine em nós.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Lembro-me ainda dos tempos de infância em que temia por uma ameaça comunista, tão aventada pelos cães de guarda de nosso mundo pueril.
Ao aproximar-se da maturidade, comecei a perceber que a verdade cresceu junto comigo e ofereceu-me outras faces. Faces coradas pelo sol no interior da <i>América Latrina</i>, depositório das escorchantes desgraças de um império que patrocinou mortes e golpes, na pretensa defesa de valores da tradição, família e propriedade, como nos ensinaria o nefasto movimento.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Percebi que em um mundo complexo e sem Deus, religião e Cristo podem ensinar coisas diferentes. Este anseia o amor, enquanto aquela o poder. Este representa o humilde servo sofredor, aquela a portentosa rainha Universal. Ele, um palestino pobre que enviou discípulos ao mundo. Ela, promíscua, rica e Mundial.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Iniciei então uma digressão no caminho da compreensão de que, por vezes o ódio ao Cristo é um sentimento nublado pelo ódio ao nosso cristianismo, que não deveria ter este nome. Imagino em minha fé as faces ruborizadas do Mestre ao perceber que vivemos o que Ele condenou e ainda o convidamos a avalizar nossas práticas, nossos hábitos, nossa mundologia (renego-me a chamar de teologia).</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Tenho para mim então que, grande parte dos ataques e ojeriza à fé, são tiros que miram este imperialismo e indiferença transvestidos de religião que ricocheteiam e, tal qual as balas perdidas de nossas favelas e morros, acertam em cheio o peito de Cristo.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Quando um afegão renega tão veemente o cristianismo, quais são os símbolos que lhe vem à memória? O menino frágil e pequenino, de traços orientais no colo de Maria ou tanques de guerra com um adesivo atrás do tipo "sê tu uma benção" ou "renascer até morrer"?</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Quando Marx chama a religião de ópio do povo, que religião é esta? A que apresenta a verdade e liberta ou a que manipula, cega, violenta e mata?</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Enquanto não rejeitarmos nosso modo confortável de viver que se fundamenta em exploração de recursos e pessoas, que mata nas periferias mas que não incomoda nos Jardins, que se torna impassível ao sofrimento, que se reveste de burguesia consumista e reduz as relações pessoais a relações de consumo, seremos objeto do ódio do outro, do ódio ao Ocidente. Da perseguição ao cristianismo.<br />Continuo a me solidarizar e a orar por meus irmãos amados, que em países de maioria fundamentalista, são perseguidos e sufocados em sua fé. Estejam eles em Cabul ou Manhattan. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br />Deus tenha misericórdia de nós.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-size: 12pt;"><br /></span>Marcos Paulo Sabiáhttp://www.blogger.com/profile/09023412370257558943noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2612662335651146628.post-1938499103253204952011-03-05T06:09:00.000-08:002011-03-05T06:13:53.596-08:00Ainda que não haja graça<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtB1hpFG86YEk6p8cggPhJ6SpkwnZqof6jvgqS3UZ6ufyJbX1Tg-slbyIgO1qxLveSrLgmkoj62MkeFQ-BITo_6kw73Wc2lwd16dyMl_VIchfCZ7zVw5RRz5reIwGx4jkaT29eTFAui_1T/s1600/banguelo%255B1%255D.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 225px; height: 291px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtB1hpFG86YEk6p8cggPhJ6SpkwnZqof6jvgqS3UZ6ufyJbX1Tg-slbyIgO1qxLveSrLgmkoj62MkeFQ-BITo_6kw73Wc2lwd16dyMl_VIchfCZ7zVw5RRz5reIwGx4jkaT29eTFAui_1T/s400/banguelo%255B1%255D.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5580598828295202498" /></a><br />Ainda que não haja graça...<br /> <br />Eu quero rir dos famintos se enfastelando de um fétido aguardente no meio da festa,<br /> <br />Abrir um sorriso matreiro ao vê-los destelhados, desterrados, pobres desgraçados <br /><br />Quero rejubilar, sou o Rei das Trevas, me apossei dos tempos de paz, que já não existem mais<br /><br />É tempo de festa, com os ícones do mal, efígies sagradas dos templos da corrupção onde a plebe é imolada, sacrifício de libação sobre o altar da crueldade<br /> <br />Ainda que não haja graça...<br /> <br />Escarneço dos palhaços que vislumbram outros palhaços discutindo o futuro da (des)educação. <br /><br />Quê alegria, povos incultos em cultos de celebração ao ego dos reis deste mundo. É o famélico saciando a maligna sofreguidão materialista dos poderosos, doce e suave ironia.<br /><br />Ainda que não haja graça...<br /><br />Quero a brisa negra do barraco que queima, do moleque que teima em sobreviver na rua com seu cachimbo da paz.<br /><br />Ainda que não haja graça, quero sorrir...<br /><br />Pois para mim graça, são alguns dias de Carnaval.Marcos Paulo Sabiáhttp://www.blogger.com/profile/09023412370257558943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2612662335651146628.post-15328411573349855152010-06-20T15:07:00.000-07:002010-06-20T15:14:30.286-07:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSesjejJbH5mAaMYRfYBIprQsgYwyqzNn_c84ItEHPIn3TcndoErEMWPwcFagsMDMtyu5GZKuR2So5Cyf7IUnPWY6Xdi4iX8NmPyjIwfd5HvM6tHF3GleZBHmg9dG_nEEocOxy7LMN7uyF/s1600/logo_spfc.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5484981656392203298" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 279px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSesjejJbH5mAaMYRfYBIprQsgYwyqzNn_c84ItEHPIn3TcndoErEMWPwcFagsMDMtyu5GZKuR2So5Cyf7IUnPWY6Xdi4iX8NmPyjIwfd5HvM6tHF3GleZBHmg9dG_nEEocOxy7LMN7uyF/s400/logo_spfc.jpg" border="0" /></a><br /><div><span style="font-size:180%;">Torcer pelo Brasil de verdade é torcer para que entre em campo a decência e honestidade, que há muito se fazem ausente dos gramados!</span></div>Marcos Paulo Sabiáhttp://www.blogger.com/profile/09023412370257558943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2612662335651146628.post-75834991350257073202010-06-03T13:00:00.000-07:002010-06-03T14:09:53.361-07:00Em defesa de Ricardo Gondim. Ainda que tardia. Ainda que desnecessária.<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRYdBNw56Zy4c2CecA2nHIWEPn0Q06ULwnvF_DPL8SjchVo_38gZtCWQAk5fthGbxTvdjFe99Q2t1urnhQkaqgLzaSLTzXKzV1DmGMl56h3RT2HdGeQJtEpVowzfBaIESPRmGlLyVvLI6B/s1600/desanimo.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; DISPLAY: block; HEIGHT: 235px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5478657536460127266" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRYdBNw56Zy4c2CecA2nHIWEPn0Q06ULwnvF_DPL8SjchVo_38gZtCWQAk5fthGbxTvdjFe99Q2t1urnhQkaqgLzaSLTzXKzV1DmGMl56h3RT2HdGeQJtEpVowzfBaIESPRmGlLyVvLI6B/s400/desanimo.jpg" /></a><br /><div>Ainda que anos mais tarde, interessante reler os textos e observar os registros acerca do polêmico texto de Ricardo Gondim sobre a tragédia do tsunami que abateu a Ásia em dezembro de 2004.<br /><br />Manifestações veementes, textos convincentes, libelos em flagrante protesto à tibieza da fé de Gondim ao explicitar suas dúvidas, questionamentos e inquietudes frente ao inexplicável silêncio de uma pretensa razão teológica para todas as coisas. Incontinenti soaram conclames à uma suposta defesa da fé, atacada desta vez por um apostata insurgente dentre as fileiras do universo cristão.<br /><br />Me emocionavam em tempos áureos tais convocações apologéticas. Sentia bafejar em mim o ardor dos reformadores medievais, dos primeiros cristãos, de todos os mártires que ofereceram suas vidas como sacrifício em defesa de uma doutrina casta, pura e ortodoxa. Eram heróis ao oferecem suas carnes em libação, moídos como trigos em dentes de leões para se tornarem em pão puro.<br /><br />Porém, parece-me que ao chegar à vida adulta e não mais "sentir, pensar e discorrer como menino", num arroubo assomou-se em mim um processo avassalador de dúvidas e culpas, fragilidade e temor. As certezas foram sendo substituídas por dúvidas renitentes, as convicções por vicissitudes, o firme caráter pela tibieza.<br /><br />Eis o paradoxo do homem, em que o humano se antepõe ao divino, pois enquanto crescemos Deus nos pede para sermos crianças, em que Ele permite apequenar-se, fragilizar-se para que o homem cresça e junto com ele suas dores, suas tristezas, seus fracassos.<br /><br />É neste mundo que Deus nasce numa estrebaria cheirando esterco, passa seus dias de carpinteiro ferindo sua pele com farpas de madeira e termina pregado na cruz enquanto Herodes está assentado no trono e Pilato lava suas mãos.<br /><br />É neste paradoxal mundo de Deus que me insiro e vejo que sobre minhas dúvidas se erige a minha fé. Não sou como o Mestre a dormir durante a tempestade mas como o pai desesperado que Lhe pede: ajuda-me na minha falta de fé.<br /><br />Não sou inabalável mas me consumo a desejar ardentemente que, apesar das trevas que me rondam mas que não faço minhas, eu saiba que meu Redentor vive e que por fim se levante sobre a terra, que meus pecados sejam lavados pelo sangue do Cordeiro, que minhas culpas sejam levadas para um lugar de esquecimento.<br /><br />E é neste mundo que se insere Gondim e suas inquietações, que faço minhas, sentindo-me parte não mais de uma religião hermeticamente fechada e à prova de questionamentos mas relacionando-me com um Deus que à sua maravilhosa luz são expostas minhas escuridades, meus temores, minhas inquietações, ciente de que a teologia que construímos e o deus que colocamos lá se difere do Deus que reconhece que sou fraco, pobre e nu.<br /><br />Sinto-me mais próximo de Deus ao reconhecer que não tenho todas as respostas para as dores do mundo pela simples razão de que minhas limitações e meu pecado me impedem de ser como Ele é. Arrogar-me o direito de pensar de forma diferente e conceder tal prerrogativa à teologia construída pelos homens soa-me presunçoso, eufemismo para uma postura quase luciferiana.<br /><br />E é por isso que preciso dEle. Não para responder minhas perguntas ou ratificar minhas convicções mas para que eu diminua e Ele cresça.<br /><br />Soli Deo Gloria</div>Marcos Paulo Sabiáhttp://www.blogger.com/profile/09023412370257558943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2612662335651146628.post-83186098065824729772010-04-18T16:17:00.000-07:002010-04-18T17:28:44.717-07:00Missão Integral. Redundância!<u><span style="color:#0000ff;"></span></u><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAFzDUwP_sq34r5tqyhE2jMkCb7vmMIC9nMG2FvIpUWyakbVkwTzJXbvT3nT6dmRcRPYKgsvgH9-wbZ4n5-zzFXBUNZyuvwZHARb3YxuAetCMN2u5DqxYlb3eDf-McSHzru7llwsggHBbc/s1600/cruz-3.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 240px; DISPLAY: block; HEIGHT: 300px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5461637544665681474" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAFzDUwP_sq34r5tqyhE2jMkCb7vmMIC9nMG2FvIpUWyakbVkwTzJXbvT3nT6dmRcRPYKgsvgH9-wbZ4n5-zzFXBUNZyuvwZHARb3YxuAetCMN2u5DqxYlb3eDf-McSHzru7llwsggHBbc/s400/cruz-3.jpg" /></a> <div></div><div>Poderíamos mudar o mundo. Sem pretensões megalomaníacas, o que começa em Jerusalém tem poder para se estender até os confins da Terra. E assim timidamente iniciamos algumas de nossas missões.<br /><br />Algumas dessas missões são pobres, podres e nefastas. Missões das cruzadas que mataram gentes e incediaram populações inteiras pretensamente em nome do resgate de Jerusalém, a cidade do grande Rei.<br /><br />Missões de jesuítas cúmplices do genocídio ibérico praticado sobre estas plagas, das colônias de exploração, do Jesus inerte em suas insígnias ao vislumbrar o violento massacre dos pagãos.<br /><br />Missões de povos do norte imbuídos de um espírito mais empreendedor do que santo e que sob os auspícios de uma política internacional impositiva e hegemônica, impuseram o cristianismo de consumo sobre populações inteiras de incautos, que inda se prestam a traduzir para seu vernáculo suas obras-primas que ensinam como enriquecer, ser bem sucedido ou até mesmo interpretar a Bíblia sob as óticas da "vitória financeira e batalha espiritual".<br /><br />Em reação a estas "missões" surgiu o conceito de Missão Integral esposado por sérios e devotados cristãos que, cansados de verem a deturpação do ide, buscaram rediscutir o papel do evangelho e dos cristãos no mundo. Um mundo que ainda grassa na miséria e no desamor. Miséria que não contente com os dias famintos ainda impõe noites de solidão no imenso paradoxo das grandes cidades.<br /><br />Com a devida vênia, me oponho a este conceito por uma simples razão. Em defesa da fé devo dizer que seria impossível chamar de missão aquilo que não demonstrasse de forma inequívoca o amor do Mestre, sua paz sendo deixada em cada cidade, sua presença como um cheiro suave, como da Rosa de Sarom, a perfumar cada lugar onde houvesse um de seus servos, seus amigos, suas testemunhas. Destarte, ou há uma missão integral, inteira, íntegra, cheia do Espírito Santo e do poder ou simplesmente não há missão.<br /><br />Há de ser obrigatoriamente a missão imbuída da imensa pretensão de transformar toda a realidade onde se insere sob pena de ser sufragada pelos desejos deste mundo. Há de ser a missão o centro onde gravitam os objetivos de vida do que serve ao Mestre, sendo impossível manter-se sob dois senhorios, o de Mamom e o de Cristo. Sob este prima, não existe teologia da prosperidade, posto não ser teologia, cristianismo de consumo por não ser cristianismo e missão parcial, sob pena de não ser missão.<br /><br />Aceitar o termo Missão Integral é o mesmo que passarmos a designar o Evangelho de Evangelho Integral para diferenciar de um evangelho parco, mirrado e raquítico ou, no mesmo diapasão, surgir a Igreja Integral, o Cristão Integral até chegarmos ao Pai Integral, Filho Integral, Espírito Santo Integral, em contraposição a visões pobres e parciais de suas inerências.<br /><br />Reconheço que é preciso dizer de fato o que é missão. Que não basta estar no mundo mas é preciso transformá-lo. Que é impossível pregar o evangelho sem amor, visto que um não vive sem o outro e que amor sem evangelho se reduz em paixão efêmera assim como evangelho sem amor redunda em proselitismo religioso.<br /><br />Para nós que fomos salvos pela graça, poderia ser dispensável mas é preciso de fato dizer que fé sem obras é morta, e que a tão simples exigência do Rei é "que pratiques a justiça, ames a fidelidade e andes humidelmente com seu Deus" (Mq 6:8).<br /><br />Esta é a nossa missão. Indelegável, inadiável, imediatamente necessária eis que "a criação geme com dores de parto pela manifestação dos filhos de Deus" (Rm 8:22).</div>Marcos Paulo Sabiáhttp://www.blogger.com/profile/09023412370257558943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2612662335651146628.post-81864037611622618132010-04-02T07:24:00.000-07:002010-04-02T07:27:20.081-07:00O Carnaval de Salvador<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjz5oOUhDQoEoif0YeOiNG2bfrLgurPYH4425zBnmulNr_eBh1MRZxm58a7E8O3eBfg-xRcnqAL53yALmCkRRqR_MZfYtsBkDOMe_0NLHk2zT7Nb4zLxRcvL2SSKHQZs6fClmSGt0Ss_236/s1600/Olodum.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; DISPLAY: block; HEIGHT: 300px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5455546612275343282" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjz5oOUhDQoEoif0YeOiNG2bfrLgurPYH4425zBnmulNr_eBh1MRZxm58a7E8O3eBfg-xRcnqAL53yALmCkRRqR_MZfYtsBkDOMe_0NLHk2zT7Nb4zLxRcvL2SSKHQZs6fClmSGt0Ss_236/s400/Olodum.jpg" /></a><br /><div><br /><br />Seus filhos padecem de dor enquanto vestes um sorriso. Quão hipócrita folia quando não se tem o que comemorar, quando nas festas se oferecem frutos da injustiça colhidos nas sendas do destemor à Justiça e ao Direito.<br /><br />Alço minha voz para desalojar de minh´alma um grito entranhado de dor. Não são sorrisos que vejo ao meu redor mas lágrimas. Os sons que escutam os mais atentos não são dos instrumentos que ecoam em meio à multidão mas da mãe que já não pode suprir com seus seios a fome dos seus, do pai que esbofeteado pela miséria se curva e prostrado assiste ao maior Carnaval do Mundo, alegrias e metáforas das vergonhas de uma terra que teima em ser cruel, apesar de tudo que Deus lhe deu. Este é o Carnaval no Brasil. Este é o Carnaval na Bahia.<br /><br />Tantos podem dizer: mas esta é a alegria do povo! Daí-lhe ópio, ou melhor, pão e circo. Ao pão denominemos Bolsa-Família, ao circo Carnaval e ao imperador aquele a quem mais lhe convier entre os tantos déspotas e coronéis que desfilam por nossas passarelas.<br /><br />Outros ainda podem dizer: mas esta (o Carnaval) é a celebração da diversidade de um povo! Não há qualquer diversidade na Bahia. A Bahia é majoritariamente negra (em torno de 80% de sua população) e esta negritude é teratologicamente pobre (51% da população!). Celebremos a diversidade de formas e discursos para ludibriar um povo.<br /><br />Ao povo baiano, negro e pobre em sua maioria reservam-se os guetos culturais e religiosos, que quando expressivos, são tomados de assalto pela reduzida mas (pre)potente elite, fazendo daqueles tão somente cultores de um passado histórico.<br /><br />O Carnaval de Salvador é hoje somente mais uma das várias matizes da desigualdade nacional.A elite branca, rica e feliz paga centenas, milhares de Reais por 3 ou 4 dias de festa enquanto o populacho se contenta com o mesmo tanto para sobreviver por meses e meses. Isto é que é folia!<br /><br />No tocante ao exército de famintos que rasteja seu ventre na passarela da ignomínia nacional, e se alimentam das migalhas que caem da mesa dos senhores da festa, atraem a atenção os chamados “cordeiros”. Homens, aos milhares, seus rostos ossudos revelam a (bela mas cruel) face da Bahia. Esgueiram-se aos montões, como se não tivessem rosto, alma ou coração, São andróides construídos aos montes pelas máquinas da repulsiva e exacerbada ganância, que faz por merecer tal redundância. Estes homens passam horas por dia durante o Carvaval, segurando as cordas que separam a “horda” daqueles que podem se dar ao luxo de desfilar com seus abadás. Dentro das cordas, a tão famigerada elite, do lado de fora aqueles que criaram o Carnaval mas para quem o Carnaval já não é criado.<br /><br />Estes “cordeiros”, que assemelho aos capatazes, pois são povo contra povo, negro contra negro, recebem R$ 14,00 ao dia! Isto mesmo, um integrante de bloco paga por sua folia o equivalente a algo em torno de 20 (vinte) cordeiros, no mínimo!!! O espelho da desigualdade que teima em colocar frente a frente faces tão iguais, irmãos, que como em tantas de nossas cidades, são incitados a se insurgirem contra os seus e derramarem o sangue que lhes é tão próprio responde mais uma vez aos bruxos da vez: existe alguém mais cruel do que eu? Não, não existe.<br /><br />Enquanto isso, o guardião dos ideais de um povo e aquele a quem confiamos a única oportunidade de com mão forte mudar esta realidade, o Estado Brasileiro, através da Prefeitura de Salvador, despende R$ 20 milhões na organização do Carnaval, deste tipo de Carnaval que citei logo acima.<br /><br />Pode-se rechaçar dizendo que isto é um investimento. Concordo. Mais um investimento para que se perpetue a desigualdade, para que se mantenham frouxos os braços de um povo, para que se cale a voz daqueles que sofrem a realidade da dura e tão horrenda miséria. Já que o Carnaval é um grande negócio como se propala, por que não se reflete este sucesso em distribuição de renda e justiça social?<br /><br />Como não bastassem tantos erros e maldades a envolver o que vemos hoje no Carnaval de Salvador, soma-se a estes a incompetência na gestão da coisa pública.<br /><br />Ouça bem: os seis dias de Carnaval em Salvador renderam à Prefeitura em cotas de patrocínio 1/3 (R$ 4 mi) do que rendeu o retumbante Festival de Verão (R$ 12 mi), que durou três dias. Você sabe o que é o Festival de Verão? Os números impressionam, ainda mais quando se imagina que vivemos em um país em que se louva o pagamento de um famélico instrumento assistencialista barato (barato mesmo!!!) no valor de R$ 100,00. Com o “prejuízo” do Carnaval, a Prefeitura (que teima em dizer que é de participação popular) poderia custear nada menos que 160.000 Bolsas-Família ou este mesmo benefício a quase 27.000 famílias durante seis meses. É uma vergonha a incompetência pública e notória ao gerir uma marca tão forte e expressiva como o Carnaval de Salvador.<br /><br />Com tudo o que disse acima não quero roubar a alegria de tantos ou ser estraga prazeres. Pelo contrário, lutar pela Justiça Social e pela dignidade de um povo é, de fato, fazer com que muitos dos filhos desta pátria possam ter a sua alegria, que fora roubada pelo escárnio dos poderosos, trazida de volta. Antes, durante e depois do Carnaval.</div>Marcos Paulo Sabiáhttp://www.blogger.com/profile/09023412370257558943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2612662335651146628.post-69588888468822837302010-03-28T10:08:00.000-07:002010-03-28T11:08:02.324-07:00A importância do homem nos processos de mudança organizacional<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1gUWl7dij4Su3aDrNmR-tOAUcaYYk_PuwOp8ml82ssEGvgcKZ1wxhSbT9_D1hWSLaDFfvHaea0l0pX-9uKiBiyWDNVj3fz8FA2KEeeQKBLSvWDP7BF7XE_oqm9Yx5XpTn63iK2YzgoM3v/s1600/vitruvian-man.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 284px; DISPLAY: block; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5453748020025395554" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1gUWl7dij4Su3aDrNmR-tOAUcaYYk_PuwOp8ml82ssEGvgcKZ1wxhSbT9_D1hWSLaDFfvHaea0l0pX-9uKiBiyWDNVj3fz8FA2KEeeQKBLSvWDP7BF7XE_oqm9Yx5XpTn63iK2YzgoM3v/s400/vitruvian-man.jpg" /></a><br /><br /><div>O modelo econômico ultracompetitivo das economias modernas impõe muitas vezes a necessidade de processos autômatos na relação homem x trabalho. A velocidade e o pragmatismo com que são conduzidos os negócios no mundo moderno impedem considerações de ordem pessoal e emocional.<br /><br />O devido equilíbrio nesta relação somente se dá na resistência, muitas vezes inglória, do homem contra o poder do capital.<br /><br />A relação de dependência não é da empresa em relação ao homem, ao capital humano, mas do homem em relação à empresa, visto que aquele percebe que somente na relação com esta se realiza e se perfaz enquanto homem.<br /><br />Esta relação quando em desequilíbrio deturpa os fundamentos da condição humana, posto que a ficção jurídica domina a individualidade a tal ponto de substitui-la. Daí surgem os indivíduos conhecidos como o "Fulano da empresa A", o "Beltrano da empresa B".<br /><br />Eis que no descompasso das relações pessoais com as relações econômicas, a pessoa jurídica ao tomar decisões que impactem a vida dos indivíduos, é percebida muitas vezes como injusta, perpetrando verdadeiros atos de traição aos olhos dos indivíduo.<br /><br />Tal estado de coisas impõe consequências nefastas, das quais vale destacar:<br /><br />- O homem e a perda de sua inerente humanidade. Os conflitos cadas vez mais crescentes haja vista a aceleração dos processos de mudanças organizacionais tais como fusões, incorporações, concordatas e falências.<br /><br />- A destruição da auto-imagem nos processos de desligamento. O rompimento repentino de qualquer relacionamento e suas consequências emocionais.<br /><br />- A sujeição do individual ao coletivo. A necessidade de aceitação ao grupo como razão para submeter-se ao vilipêndio moral. O fim do escrúpulo e da escala individual de valores para participação no "clube".<br /><br />Daí que o grande questionamento é: que tipo de homens restarão no futuro? Que podemos dizer do "homo laborans" (homem que trabalha)? Estaremos em meio à uma nova luta por direitos nas relações de trabalho, só que agora, diferente do momento pós revolução industrial, os direitos não serão mais de ordem objetiva/material mas subjetiva/emocional?<br /><br />Portanto, claro está que é mister que busquemos um modelo de desenvolvimento sustentável, não somente no que diz respeito ao homem e à natureza mas no tocante ao homem na relação com o próprio homem, considerando-se este sempre enquanto titular de direitos.<br /><br />Veremos o que nos espera.</div><div> </div>Marcos Paulo Sabiáhttp://www.blogger.com/profile/09023412370257558943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2612662335651146628.post-13967096367773745462010-02-12T05:18:00.000-08:002010-02-12T06:03:24.834-08:00Ser humano<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4KD5ogDWV2gPcEPRt98CJ3TskMjoh0MTry_aBVxgNYVhkCi2KO36MNxV1Hd81p6aGfFQ3JWOn4bQelFErsLCQO-KZJEZAhia96HhkcR0fCYgmO5VSdxQ6fA_QnJK3dsO7T7yS6-_f1y_o/s1600-h/o-pensador-de-rodin%5B1%5D.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 294px; DISPLAY: block; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5437346182498800258" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4KD5ogDWV2gPcEPRt98CJ3TskMjoh0MTry_aBVxgNYVhkCi2KO36MNxV1Hd81p6aGfFQ3JWOn4bQelFErsLCQO-KZJEZAhia96HhkcR0fCYgmO5VSdxQ6fA_QnJK3dsO7T7yS6-_f1y_o/s400/o-pensador-de-rodin%5B1%5D.jpg" /></a><br /><br />O que é "ser humano"? O que é ser "desumano"?<br /><br />Não, não, não quero saber sobre os compostos químicos de cada átomo ou de cada molécula que perfazem o corpo humano. Não quero o substantivo mas o adjetivo.<br /><br />Não aceito que o reduzam a um amontoado de reações casuais que depois de bilhões de anos desaguaram num animal que tem um de seus órgãos capaz de, com descargas elétricas e reações físico-químicas, amar. E muitos já disseram que o ser humano se caracteriza por este detalhe: amar.<br /><br />Mas ser humano não é somente amar. É odiar também. Se os animais não amam, também não odeiam portanto, odiar é tão característico do ser humano quanto amar. Ou até mais.<br /><br />Ser humano assim, significa por vezes ser cruel, maldoso, insidioso, pérfido, loquaz, insano, coisas que somente os humanos podem ser.<br /><br />A tensão portanto, é dialética, entre um "ser humano" considerando suas qualidades e virtudes e um "ser humano" com seus defeitos e paixões. Ambos portanto, são miserável e irrediavelmente, humanos.<br /><br />Destarte, o conceito de "desumano", tem em seu bojo a valoração moral, ou seja, desumano é o que o ser humano em determinado momento histórico o considera como tal.<br /><br />Isso me impinge o dever então de dizer que desumano são sim os animais, as plantas, os minerais, que iniciam e terminam sua existência com o único propósito de cumprir seu papel no ciclo de vida da natureza.<br /><br />E portanto, o ser humano, ao ser desumano, nada mais é do que o humano ao extremo, o super-homem de Nietzsche, "que tem em si o sentimento de potência, a vontade de potência, a própria potência", que está liberto das amarras do cristianismo que segundo o mesmo Nietzsche o enfraquece, o vitupera, permitindo-o ser homem, ao máximo!<br /><br />E é por isso que precisamos de Deus. <div></div>Marcos Paulo Sabiáhttp://www.blogger.com/profile/09023412370257558943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2612662335651146628.post-74156277430707852912010-02-12T05:06:00.000-08:002010-02-12T05:17:27.241-08:00PerdasPerdi<br /><br /><strong>Amores</strong> por esquecer e deixar de amar.<br /><br /><strong>Tempo </strong>em querer o que não devia, esquecendo-me do que deveria querer.<br /><br /><strong>Dinheiro </strong>ao usá-lo no que não era pão.<br /><br />Perdi<br /><br /><strong>Ilusões</strong> as mais doces e sutis.<br /><strong></strong><br /><strong>Sonhos,</strong> pueris.<br /><strong></strong><br /><strong>Desejos,</strong> não tão celestes nem tão divinais.<br /><br />Perdi<br /><br /><strong>Amigos,</strong> engolidos pelas fendas que o tempo abre em nossos caminhos.<br /><br /><strong>Inimigos,</strong> por desistirem de mim, eu desistir deles ou por ambos desistirem da inimizade.<br /><br /><strong>Ideais,</strong> ao não acreditar mais neles e nem eles em mim.<br /><br />Perdi<br /><br /><strong>A vida,</strong> pouco a pouco, nas esquinas das frustrações.<br /><br /><strong>A morte,</strong> por saber que jamais vou encontrá-la pois, quando ela estiver chegando, eu estarei partindo.<br /><br /><strong>A graça,</strong> por ver que a desgraça é gratuita mas a graça tem um preço muito alto.<br /><br />Perdi,<br /><br />Perdi,<br /><br />Perdi,<br /><br />E por acreditar que vale a pena lutar por algo que ainda não perdi, mesmo sem saber bem o que é, só não perdi a fé.Marcos Paulo Sabiáhttp://www.blogger.com/profile/09023412370257558943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2612662335651146628.post-19465767562887788672010-02-12T05:05:00.000-08:002010-02-12T05:06:23.997-08:00Biografia de José Raimundo da Silva - Um sertanejoJosé Raimundo da Silva era tão irrelevante que não vale nem a pena escrever sobr...Marcos Paulo Sabiáhttp://www.blogger.com/profile/09023412370257558943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2612662335651146628.post-12063429348714123192009-12-22T04:02:00.000-08:002009-12-22T04:54:07.240-08:00Eternos incômodos<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXG7hV6jfq3W_0uCOzgfFMBbhYvqRdE81UFvxgvsCuADucdGAl0DG0ZwSjz-BQQ1FFHAlFkxL6S9Ot6JbLVbqy5c6XHQqWvtGeSP9Ff0PNX23M-dpbiKqffCalv2FYqPjmrsGDkn1a_3sF/s1600-h/expulsao--de-adao-e-eva-do-paraiso-9a9c8.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; DISPLAY: block; HEIGHT: 300px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5418041225576343410" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXG7hV6jfq3W_0uCOzgfFMBbhYvqRdE81UFvxgvsCuADucdGAl0DG0ZwSjz-BQQ1FFHAlFkxL6S9Ot6JbLVbqy5c6XHQqWvtGeSP9Ff0PNX23M-dpbiKqffCalv2FYqPjmrsGDkn1a_3sF/s400/expulsao--de-adao-e-eva-do-paraiso-9a9c8.jpg" /></a><br /><div>Vivemos uma vida buscando saciar nossos incômodos. </div><div></div><br /><div>Incômodos relativos ao nosso corpo, à nossa imagem, aos nossos relacionamentos, enfim, ao nosso estilo de vida. Buscamos subterfúgios para estes incômodos criando quinquilharias tecnológicas que mais funcionam como muletas emocionais. </div><div></div><br /><div>Se sofríamos com as distâncias, desenvolvemos automóveis, aviões, navios. Para que a distância fosse vencida de forma mais imediata, surgiram o telefone, a televisão, o rádio e mais recentemente a internet, o celular, os <em>smartphones</em> e assim vamos vencendo nossos incômodos.</div><br /><div></div><div>Não são somente quinquilharias que criamos, mas nossa inteligência nos deu a capacidade de vencer alguns males. Doenças outrora fatais hoje são simples "incômodos". Equipamentos detectam tumores, infecções, vírus e assim conseguimos combatê-los com maior eficiência. O que matava em horas hoje é resolvido com uma simples vacina, um comprimido, uma droga.</div><div></div><br /><div>Mas, maldição das maldições, o que criamos se volta contra nós. As invenções tecnológicas que nos dariam mais tempo para gozar a vida, hoje servem para nos escravizar. Se hoje fazemos mais atividades em menos tempo isso não significa que teremos mais tempo para gozar a vida mas sim, mais tempo para fazer mais atividades e assim talvez chegar ao final do dia com a frágil e efêmera sensação de que somos seres produtivos.</div><br /><div></div><div>No entanto, ao chegar ao final do dia em uma reflexão mais cuidadosa e profunda, nosso sentimento é regularmente de impotência. Se fomos pais mais presentes, amigos mais próximos, talvez nossos insucessos profissionais nos sufoquem. Se dedicamos mais tempo ao trabalho, vazios emocionais começam a surgir na ausência de outros relacionamentos que não profissionais. Se atendemos aos apelos do deus mercado, vemos nossos dias se esvaindo na sucessão de horas dedicadas à produção de riquezas. Vivemos o dilema dos habitantes do inferno de Dante que ora se mantém sufocados sob o lago de fogo e enxofre e ora emergem para o imprescindível fôlego tendo seus corpos dilacerados por bestas feras à espreita de suas vítimas. </div><br /><div>Vivemos em uma sofreguidão constante, uma fome insaciável, por preencher este vazio com mais e mais coisas. É a solução simples e rápida que encontramos em relacionamentos superficiais, ralos, efêmeros, no consumo exacerbado, no sucesso e na fama. Somos a geração que quer respostas rápidas, ainda que não sejam as melhores. É a fórmula da felicidade vendida em qualquer esquina, por curandeiros, ilusionistas, os líderes de nosso tempo.</div><div></div><br /><div>No entanto, a frustração bate à porta quando descobrimos dia após dia, que o vazio somos nós mesmos. Vivemos assim buscando coisas e, no meio desta busca descobrimos que perdemos o que de mais valioso tínhamos no início da jornada: perdemos a nós mesmos, e tão longa foi a caminhada até aqui que já não sabemos onde voltar. </div>Marcos Paulo Sabiáhttp://www.blogger.com/profile/09023412370257558943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2612662335651146628.post-39785189023025861002009-10-13T18:46:00.001-07:002009-10-13T19:31:56.261-07:00Egoísmo Evangélico - Chegamos à Nova Era?<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGPBJVrr-D2KRcvsP_zV0Zd5Kwlsu4yZUqDguPn-nEUfBlM5LtbP_QzXv3bMIR3e7X7c9dd78pKGZJWkDgIehvc8xp9LhRSf5pre1gRiRZFth75gX4hwcDzMaSqED33kR3R7Tl93xPJ89P/s1600-h/egoismo%5B1%5D.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; DISPLAY: block; HEIGHT: 286px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5392276061726645810" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGPBJVrr-D2KRcvsP_zV0Zd5Kwlsu4yZUqDguPn-nEUfBlM5LtbP_QzXv3bMIR3e7X7c9dd78pKGZJWkDgIehvc8xp9LhRSf5pre1gRiRZFth75gX4hwcDzMaSqED33kR3R7Tl93xPJ89P/s400/egoismo%5B1%5D.jpg" /></a><br /><div><em>"Ama-te a ti mesmo acima de todas as coisas e ao teu próximo que te encara no espelho!"<br /></em><br />Sou do tempo em que temíamos a Nova Era. Seus símbolos, seus cânticos, seus ícones. Maitreya, o Anticristo, a Besta, representantes malignos da Era de Aquário a suplantar o Cristianismo, a enfrentá-lo abertamente em pleno Armagedom, ápice da Grande Tribulação, momento em que pré-tribulacionistas como eu esperavam estar gozando da glória eternal junto à Igreja Triunfante nos Céus.<br /><br />No entanto a Nova Era já chegou! Há alguns anos, de forma sorrateira, perniciosa, sutil. No início glorificamo-la, saudamo-la, chamamo-la de benção, de provisão, fruto do toque de Jeová-Jireh, ao qual pervertemos considerando-o mera divindade, em uma quase confusão com Mamom. É Lúcifer mais uma vez, querendo ser Deus. É Mamom, confundindo-se com Jireh, o gênio da lâmpada neo-pentecostal.<br /><br />No entanto este mensageiro de Satanás cresceu alimentado por nosso egoísmo e hoje assenta-se no grande trono. Eis a besta que emerge do mar com poder e grande autoridade a difamar o tabernáculo! Eis a besta que emerge da terra operando grandes sinais!<br /><br />Essa nova era é a era do egoísmo evangélico em que não importa o corpo, o reino. Importa-me a minha dor, o meu prazer, hedonismo satânico em que sacio os meus desejos, transvestindo-os de "benção divina". Quero o que é meu, quero o que me pertence, tomo posse! Se preciso for, ergo meu trono acima de Deus. É o olho que olha para o ouvido e diz: não preciso de você! É o povo que busca a provisão, o carro, a casa, a cura, o marido de volta, o lar restaurado, não importa aonde, não importa como, não importa em quem. Povo cego que busca respostas sem saber que elas estão escritas na parede: MENE, MENE, TEQUEL e PARSIM. É esta a <em>"burguesia que reduz a dignidade pessoal a simples valor de troca, que rasga o véu de emoção e de sentimentalidade das relações familiares por mera relação monetária, que substituiu a exploração disfarçada sob ilusões religiosas e políticas pela exploração aberta, cínica, direta e brutal." (Marx, Manifesto Comunista!??). </em><br /><em></em><br />Este egoísmo criou uma nova geração de cristãos, interessados em seu mundo, que juntos com levitas e sacerdotes, não se contentam mais em passar ao largo mas escracham, pisoteam, vituperam o moribundo ao caminho. Chamam-no de derrotado, maldito, proscrito, esquecido de Deus.<br /><br />E este egoísmo se prolifera em templos impessoais, tabernáculos do evangelho drive-thru, simples prestadores de serviços religioso-espirituais em que me viro para o irmão do lado e digo: "Jesus te ama e eu também" e que após este culto-show-apoteóse saio de lá me perguntando: Quem sou eu? Quem é você?<br /><em></em></div>Marcos Paulo Sabiáhttp://www.blogger.com/profile/09023412370257558943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2612662335651146628.post-3378407800286253462009-09-22T18:41:00.000-07:002009-09-22T18:54:02.699-07:00Falando a respeito de um país<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDiHCHHTkeuPrabBIoNplc_vs7gbGGk5H-CWvFCW-C2YnV7vxY4exMLAcp8UHyktsXGyfG4_rXxWjYkm9mZ9N0-Kh3RE4k_dbVTH5JBBIWk4NdsfuxvCSM7T8bL1lPGwnehbKPAPNtxgt0/s1600-h/41038495_af6df3dfba.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; DISPLAY: block; HEIGHT: 282px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5384475112714544450" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDiHCHHTkeuPrabBIoNplc_vs7gbGGk5H-CWvFCW-C2YnV7vxY4exMLAcp8UHyktsXGyfG4_rXxWjYkm9mZ9N0-Kh3RE4k_dbVTH5JBBIWk4NdsfuxvCSM7T8bL1lPGwnehbKPAPNtxgt0/s400/41038495_af6df3dfba.jpg" /></a><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijP1oI5qgn7WkkeF7yH43GNH7ye2fTvFCs00OBvXAvqQBNiJgkFNjDUC8tKwNCpqfl8kVN3Ga2NxzLfULpi130umbY7dyq5BuIFUnf-6K242IeuVQ2peNMdE_hwH8scmV7zGtkrW4C2I1K/s1600-h/spaceball%5B1%5D.gif"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 1px; DISPLAY: block; HEIGHT: 1px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5384474710211593570" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijP1oI5qgn7WkkeF7yH43GNH7ye2fTvFCs00OBvXAvqQBNiJgkFNjDUC8tKwNCpqfl8kVN3Ga2NxzLfULpi130umbY7dyq5BuIFUnf-6K242IeuVQ2peNMdE_hwH8scmV7zGtkrW4C2I1K/s400/spaceball%5B1%5D.gif" /></a> <div><div>Somos uma nação pacífica, cordial, gentil. </div><div><br />Habitamos uma bela terra e nela recebemos bem os melhores e os piores da terra. Não temos espaço para grandes dissensões e para conflitos éticos e eis aí nosso grande defeito. </div><div><br />Somos de fato uma nação, em geral, sem valores éticos. Somos uma nação que valoriza o que deveria ser resultado do trabalho mas não o trabalho em si. </div><div><br />Somos gentis e cordiais mas não sabemos amar. </div><div><br />Somos pacíficos por inação e não por algum valor. </div><div><br />Somos solidários no discurso e egoístas na ação. </div><div><br />Somos hospitaleiros por orgulho próprio e não por compaixão. Choramos a dor do outro com facilidade. Mas só choramos. </div><div><br />Somos hipócritas. Queremos refletir um lugar de paz mas não queremos refletores sobre nossas guerras urbanas. </div><div><br />Seja bem vindo. Este país se chama Brasil.</div></div></div>Marcos Paulo Sabiáhttp://www.blogger.com/profile/09023412370257558943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2612662335651146628.post-58775897170588280082009-08-19T18:56:00.001-07:002009-08-19T19:08:14.825-07:00ESTOU CANSADO!<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjHtEn8eJMjlPIq86MQ7h7z9yoKnYSGZ4ZPoWopk_2j1k241_fCvi3KA275mzmYvZUbl1G4IsWRSWP96mEv9O8PdN6Xn9rV2UPXKdOAIyFGPKljeNuwA6_O8t97E33Zm_Pl7Rt9L2E35cW/s1600-h/cansado%5B1%5D.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 314px; DISPLAY: block; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5371861902294417922" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjHtEn8eJMjlPIq86MQ7h7z9yoKnYSGZ4ZPoWopk_2j1k241_fCvi3KA275mzmYvZUbl1G4IsWRSWP96mEv9O8PdN6Xn9rV2UPXKdOAIyFGPKljeNuwA6_O8t97E33Zm_Pl7Rt9L2E35cW/s400/cansado%5B1%5D.jpg" /></a> <div></div><div>Estou cansado!<br /><br />Cansado de minha covardia.<br /><br />Cansado de ouvir minhas ladainhas de protesto enquanto me escondo do vento gelado lá fora, fechando o vidro do carro e aumentando o volume do rádio que traz as últimas e vergonhosas declarações de senadores inescrupulosos.<br /><br />Alguns carros ao lado talvez façam o mesmo tipo de protesto esdrúxulo e, cansados dos mesmos escândalos de sempre, coloquem um CD pirata para tocar uma música, singela representação da fajuta ética destes lados dos trópicos.<br /><br />Tenho vergonha de ser brasileiro e ser representado por Sarney, Collor, Renan, Duques, castelos...enquanto fazemos os perfeitos papéis de bobos da corte!<br /><br />Tenho vergonha de ser evangélico e ter nos mesmos currais lobos transvestidos em peles de cordeiros chamados Estevam, Sonia, Macedo, Malafaia, Morris Cerullo!<br /><br />Tenho vergonha de meu silêncio e inação! Tenho vergonha de minha leniência!<br /><br />Covardia!<br /><br />Desprezo!<br /><br />Desonra!<br /><br />Denomine-se de que forma for, mas estamos impassíveis, enquanto nos indignamos na frente da TV com o escândalo do Senado, que só é assunto velho quando substituído pelo requentado escândalo da Universal.<br /><br />Até quando teias de aranha crescerão sobre nossas faces esmaecidas que demonstrarão o quão fraco somos enquanto nação, sem causas próprias, ou pelo menos vergonhas comuns?<br /><br />Marcos Paulo Sabiá</div>Marcos Paulo Sabiáhttp://www.blogger.com/profile/09023412370257558943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2612662335651146628.post-42359924532722300812009-07-27T18:53:00.000-07:002009-07-27T19:33:19.363-07:00Morre-se mais por desprezo<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdqbQTf_3wDIgxYFthP-nhvvXc32OU16ujY7hzzU1aSx27HpOkfLiehmfvf-rl6N25HmwFGoGUZgLnh69r3hw38wilusJormNCTrrz8cymPLdaAkTa11RsCDjRYzXp1o9CSWk82Twsg3pH/s1600-h/images.jpg"></a><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjACc6Vwhg0C8ze1z8yh1CdSfiO57TIkWaLC-6i33HUghkDEhkWicJebNN0J920azbwNoxGgiLlSdgqq7H-a4GUKXv_fdcFIyka_y4a_TejHXc8mDOLTCZ7SCBS6EEegK-D96es9MxidajR/s1600-h/images.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 259px; DISPLAY: block; HEIGHT: 189px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5363332707896438450" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjACc6Vwhg0C8ze1z8yh1CdSfiO57TIkWaLC-6i33HUghkDEhkWicJebNN0J920azbwNoxGgiLlSdgqq7H-a4GUKXv_fdcFIyka_y4a_TejHXc8mDOLTCZ7SCBS6EEegK-D96es9MxidajR/s320/images.jpg" /></a><br /><div>A Igreja Católica aconselhou seus fiéis, entre outras medidas, a evitarem o contato físico mais próximo como beijos, abraços e apertos de mão durante os serviços religiosos. A preocupação da Igreja é em evitar que as missas e demais eventos dentro dos templos se tornem meios de propagação do vírus Influenza A H1N1 ou gripe suína, que já vitimou mais de 800 pessoas em todo o mundo.</div><div></div><br /><div>No entanto, digo que a Igreja errou. Errou ao propagar um vírus muito mais letal e pernicioso que o influenza. A Igreja com este ato propaga o vírus do desprezo, do abandono, do rosto virado, da falta de comunhão. O homem precisa de Deus e a presença de Deus neste mundo tem a minha face, o calor do teu beijo, o carinho do seu abraço.</div><div></div><br /><div>Morre-se muito mais pela devassidão que assola o faminto por amor, que busca no sexo lascivo a paixão que já não lhe aquece o peito há tempos. Morre-se mais por abandono e desprezo das gentes que se dizem cristãs só porque Cristo é um nome com significado religioso em suas vidas. Morre-se mais, muito mais, por conta dos atos sorrateiros (por que não dizer secretos) cometidos nas límpidas salas do poder. </div><div></div><br /><div>Matamos de fome, matamos na guerra, matamos por dinheiro, matamos por terra, matamos por poder. Matamos com o estampido das baionetas, com o estrondo das balas de canhão, matamos com o retinir do frio metal da guilhotina ou com o estalar da lenha a queimar bruxas e hereges. </div><div></div><br /><div>Vaidades de vaidades, paradoxo de nossas maldições modernas, será que chegou a hora de temermos matar com um beijo, um abraço, um aperto de mão?</div><div> </div></div>Marcos Paulo Sabiáhttp://www.blogger.com/profile/09023412370257558943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2612662335651146628.post-88357327112314340582009-07-23T16:41:00.000-07:002009-07-23T17:32:43.159-07:00Saudade de Deus<em></em><br /><span style="font-family:arial;">Você já sentiu saudade de Deus? Hoje me bateu uma saudade, um aperto no coração, um desejo de tocá-lo, de senti-lo, de vê-lo face a face.</span><br /><span style="font-family:arial;"></span><br /><span style="font-family:arial;">Que saudade de um tempo não vivido. Ou vivido e ainda não lembrado, numa definição meta-histórica.</span><br /><span style="font-family:arial;"></span><br /><span style="font-family:arial;">Espero ansiosamente pelo dia que o verei e o conhecerei da mesma forma como hoje sou conhecido por Ele.</span>Marcos Paulo Sabiáhttp://www.blogger.com/profile/09023412370257558943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2612662335651146628.post-7676084316601646652009-07-03T19:01:00.001-07:002009-07-20T19:02:32.103-07:00O Fim da Igreja<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgD5rvqrPqTISzeBTnOd70vkIugQzkezKFSVFaK215p6pXKcDWjDcvck8lDdrWcFuqutnIJwHsyupkjcvDctrAWi95R1K41gSD5pHWpt042JkzM8ZTb7Ii5PAk_73ASMJQyAoFYlsIa9hOv/s1600-h/GOCACBVXVECA2GNE8BCA8M20U7CANVKOGPCAVAUJVQCAEERAB7CAL3V4FHCAMO221HCALYBYH9CANMB61RCAN8AON8CAMM2996CACG91A5CA2JRJM1CAGWTK8SCA2B92MCCATBGFUM.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 130px; DISPLAY: block; HEIGHT: 97px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5360727245577128146" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgD5rvqrPqTISzeBTnOd70vkIugQzkezKFSVFaK215p6pXKcDWjDcvck8lDdrWcFuqutnIJwHsyupkjcvDctrAWi95R1K41gSD5pHWpt042JkzM8ZTb7Ii5PAk_73ASMJQyAoFYlsIa9hOv/s320/GOCACBVXVECA2GNE8BCA8M20U7CANVKOGPCAVAUJVQCAEERAB7CAL3V4FHCAMO221HCALYBYH9CANMB61RCAN8AON8CAMM2996CACG91A5CA2JRJM1CAGWTK8SCA2B92MCCATBGFUM.jpg" /></a> <div></div><div>Francis Fukuyama se tornou célebre ao publicar em 1989 o livro "O Fim da história e o último homem". Fukuyama advogava neste livro a tese de que a história encontrou seu ápice no capitalismo e na democracia ocidental liberal, como coroamento do desenvolvimento do homem e de seus sistemas. O demais a vir após isso seria somente a discussão de movimentos nacionalistas e fundamentalistas islâmicos, retrógrados e reacionários em seu cerne. Com isso Fukuyama decreta: acabou-se a história (apesar de não poder dizer que vivemos felizes para sempre).</div><div></div><br /><div>Todo este intróito ao utilizar-se de Fukuyama é para, de forma triste e deprimente, decretar o Fim da Igreja! Não, não leia este texto como se o autor fosse um ateu marxista ou um humanista agnóstico, não. Digo isso embasado na triste constatação de que nossa sociedade mudou e com o antigo ideário das gerações passadas e suas convicções, foi-se também a crença na existência de igrejas na acepção da palavra.</div><div></div><br /><div>Não acreditamos mais na assembléia de Deus com seu povo. Não acreditamos em "quão bom e quão suave é...". Não servimos mais a Jesus Cristo através de seu corpo, a igreja. Ele que nos sirva!</div><div></div><br /><div>A idéia que move-se em nosso subsconsciente é a de sermos servidos. O conforto do desenvolvimento humano, a síndrome do descompromisso, igrejas drive-thru. Movemo-nos por nossos desejos neste neo-hedonismo cristão. Embasamos nossas decisões na pirâmide de Maslow, atendendo nossas necessidades fisiológicas primeiro, vemos no pastor um prestador de serviços, na igreja uma ficção jurídica contra a qual caso não responda aos nossos anseios, podemos arguir nossos direitos. </div><div></div><br /><div>O texto que move esta multidão não é o bíblico mas o código de defesa do consumidor. Consumimos sim, serviços religiosos com a liberdade do poder de nosso descompromisso. Não queremos relacionamentos mas sim, relações de consumo, onde consumimos bens, serviços e religião.</div><div></div><br /><div>É este o Fim da Igreja, no qual a oferta atende ao meu sonho de prosperidade, eufemismo para ganância sórdida e desmedida. Dizimo para que as 'janelas do céu" se abram sobre mim e não por amor à obra. Vou á Igreja não para servir a Deus mas para exigir destes profissionais da fé o que eles podem, e devem, me oferecer. Inclusive, não é esta a lei que rege nossos templos: oferta e procura?</div><div></div><br /><div>"Ó razão! Onde estás tu razão?</div><div>Refugiaste-te nas bestas feras e os homens quedaram sem ti!"</div>Marcos Paulo Sabiáhttp://www.blogger.com/profile/09023412370257558943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2612662335651146628.post-1383647643587327962009-07-03T18:27:00.000-07:002009-07-03T18:40:21.292-07:00Vergonha<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBkYuYXjIziKfLMPzTQ1QFidJnnYxLakGeqx6QEq8HO9uja27upZ1CVOXx6bENOAqZJgPrAJTvCItIR7uYlxfCUqdssU31RxDAefbbRIeR0EVe0BlURcDZGTRe8CZ23Hv4hXI54ctlK1hE/s1600-h/images.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 103px; DISPLAY: block; HEIGHT: 131px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5354411803535562626" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBkYuYXjIziKfLMPzTQ1QFidJnnYxLakGeqx6QEq8HO9uja27upZ1CVOXx6bENOAqZJgPrAJTvCItIR7uYlxfCUqdssU31RxDAefbbRIeR0EVe0BlURcDZGTRe8CZ23Hv4hXI54ctlK1hE/s320/images.jpg" /></a><br /><div></div><br /><div><em>"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto"<br /></em></div><div align="right"><em>Rui Barbosa</em></div><div><em></em> </div><div><em></em></div><div><em>Até quando te sofreremos, ó geração perversa?</em></div><div><em></em></div><div><em>Até quando José, cancro purulento a transbordar-se sobre a carne viva do povo ferido? </em></div><div><em></em></div><div><em>"Ó razão, onde estás tu razão? Refugiaste-te nas bestas feras e os homens quedaram sem ti" diria o bardo. </em></div><div><em></em></div><div><em>Bardo, ó bardo! Onde estás tu a clamar pelas bestas feras pois os homens assumiram o congresso...</em></div><div><em></em></div><div><em>Porém, digo-lhes que as excrescências dos homens sem escrúpulos, sem vergonhas de exporem o sexo nas ruas, as suas vísceras misturadas a sangue e excremento, expôem-nos o quão vexatória é a nossa posição. </em></div><div><em></em></div><div><em>Mudos, quietos, calados, imóveis. Vergonha!</em></div>Marcos Paulo Sabiáhttp://www.blogger.com/profile/09023412370257558943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2612662335651146628.post-44283121306202519902009-06-09T19:33:00.000-07:002009-06-09T20:02:26.414-07:00Obama. O que pensar dele?<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6AbTf4ZRpu3kP8cqQPojb39ttkgEEasP67UoO4SlB9JYjeJJcIq6ZQ1ov7327fRWeSqq3uZ3dWybALlxgRtreWCMgvJVmJTGTgXOGQy8Iea2OiTpII9c9Je_Hrfl-HnF9oGAYCwo9wZIt/s1600-h/WHT318_OBAMA-EGYPT-_0604_11-p.jpg"></a><span style="font-family:arial;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtAbaTJb8K4756IJ3IrM1-geEuFRhy3ol5_iTbHqI5XWDwh5lw4l2R6Hb0R0cWk5GJL4MFOUkG36_omk7U24m5Bn7rjcxIMQ2e9vjyd6sAd_Csbsw89MLQ_rEZbz0s3H7dx8AodlK6MSeo/s1600-h/WHT318_OBAMA-EGYPT-_0604_11-p.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5345527850158378290" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 160px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtAbaTJb8K4756IJ3IrM1-geEuFRhy3ol5_iTbHqI5XWDwh5lw4l2R6Hb0R0cWk5GJL4MFOUkG36_omk7U24m5Bn7rjcxIMQ2e9vjyd6sAd_Csbsw89MLQ_rEZbz0s3H7dx8AodlK6MSeo/s320/WHT318_OBAMA-EGYPT-_0604_11-p.jpg" border="0" /></a></span><br /><br /><br /><br /><span style="font-family:arial;"></span><br /><span style="font-family:arial;"></span><br /><span style="font-family:arial;"></span><br /><span style="font-family:arial;"></span><br /><span style="font-family:arial;"></span><br /><span style="font-family:arial;"></span><br /><div align="left"><span style="font-family:arial;">Não o considero o Messias, como alguns. Ele é falível.<br />Mas me empolgo com suas palavras.<br />Devo confessar que ele é o que eu gostaria de ser.<br /></span><br /><span style="font-family:arial;">Será que não nos decepcionará?</span><br /><span style="font-family:arial;"></span><br /><span style="font-family:arial;">Abaixo segue seu discurso no Cairo, uma das mais belas obras da história da oratória pela magnificência do texto e pela relevância histórica. Vale a pena ler.</span><br /><span style="font-family:arial;"></span><br /><a href="http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,veja-integra-do-discurso-de-barack-obama-no-egito,382488,0.htm"><span style="font-family:arial;">http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,veja-integra-do-discurso-de-barack-obama-no-egito,382488,0.htm</span></a></div>Marcos Paulo Sabiáhttp://www.blogger.com/profile/09023412370257558943noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2612662335651146628.post-5755408517560237212009-06-09T19:24:00.000-07:002009-06-09T20:04:04.380-07:00Escuridade<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgG9FRDNuh2QgVuxnj4JFZd9loRXBOyOji7xtxniLimNtOk792UXBVXGvrRCBCge_347-j1nKkyNokdG03viPaDX3BZKDvNns4ZY8OUn6ifiVZk9Gj67v2-OQ8RLdmQ_SKeu1ZUo8abz9t3/s1600-h/images.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5345529331246552562" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 124px; CURSOR: hand; HEIGHT: 93px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgG9FRDNuh2QgVuxnj4JFZd9loRXBOyOji7xtxniLimNtOk792UXBVXGvrRCBCge_347-j1nKkyNokdG03viPaDX3BZKDvNns4ZY8OUn6ifiVZk9Gj67v2-OQ8RLdmQ_SKeu1ZUo8abz9t3/s320/images.jpg" border="0" /></a><br /><div><span style="font-family:arial;">Adentro-te, minha alma, sem saber o que encontrar.</span><br /><span style="font-family:arial;">Enfrento o fantasma de mim mesmo,</span><br /><span style="font-family:arial;">pontos cegos de meu íntimo, lugares que não visitei com coragem resoluta,</span><br /><span style="font-family:arial;">com a convicção de dias mais claros.</span><br /><span style="font-family:arial;"></span><br /><span style="font-family:arial;">És meu pecado diário, meu alter ego, meu espinho na carne.</span><br /><span style="font-family:arial;">És a face desprezada, o temor da morte, a solidão arguta.</span><br /><span style="font-family:arial;">És o terror noturno, a seta que voa de dia, a peste que anda na escuridão,</span><br /><span style="font-family:arial;">a mortandade que me assola ao meio-dia.</span><br /><span style="font-family:arial;"></span><br /><span style="font-family:arial;">És minha vergonha, meu vexame.</span><br /><span style="font-family:arial;">Inimigo meu, íntimo, pessoal e privado que eu enfrento todos os dias </span><br /><span style="font-family:arial;">em uma luta perene e sem vitórias.</span><br /><span style="font-family:arial;"></span><br /><span style="font-family:arial;">Ó Luz que veio ao mundo e me arranca das trevas. </span><br /><span style="font-family:arial;">Salva-me de mim mesmo!</span><br /><span style="font-family:arial;"></span><br /><span style="font-family:arial;">Escuridades em cantos de minh´alma, </span><br /><span style="font-family:arial;">Trazem-me mais um dia em que não me reconheço.</span><br /><span style="font-family:arial;">Temo este outro ser que vagueia dentro em mim,</span><br /><span style="font-family:arial;">com o mesmo nome, a mesma cor, o mesmo cheiro. </span><br /><span style="font-family:arial;">Eia! Sou eu mesmo!</span><br /><span style="font-family:arial;"></span><br /><span style="font-family:arial;">Temo-te, espanto-te, devoro-te com sofreguidão, </span><br /><span style="font-family:arial;">me enojo de ti,mas és um pouco de mim,</span><br /><span style="font-family:arial;">o pouco que não quero ser.</span><br /><span style="font-family:arial;"></span><br /><span style="font-family:arial;">Noite escura d´alma, fruto proibido,</span><br /><span style="font-family:arial;">instrumento da compaixão e do conhecimento do bem e do mal,</span><br /><span style="font-family:arial;">este espelho de nada vale quando o observo nesta sala escura de minh´alma,</span><br /><span style="font-family:arial;">este lugar ao qual chamo ESCURIDADE.</span></div>Marcos Paulo Sabiáhttp://www.blogger.com/profile/09023412370257558943noreply@blogger.com0