segunda-feira, 11 de março de 2013

Sobre alguém que não merece a escrita. Sobre algo que merece.


A eleição de Marco Feliciano para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias - CDHM da Câmara impressiona, envergonha, vilipendia e expõe as excrescências de dois relevantes sistemas nacionais: o Político e o Religioso.

O Político pois a eleição para a presidência da CDHM, como quase todas as eleições em sistemas perversos e que prescindem da participação popular, se deu por motivos espúrios: a baixa e vil troca de cargos existentes no Congresso Nacional.

O PSC "herdou" a CDHM, ainda que não fosse a sua predileta, pois a mesma traz repercussão popular mas não orçamento, este mais valorizado que aquele por esta sub-espécie do gênero humano chamada "politicus brasiliensis"

O PSC serviu de barriga de aluguel e plataforma política para os interesses do governo federal e agora, não consegue sequer indicar um nome de mais relevante jaez que Marco Feliciano, o homem que afirmou que a África é fruto de maldições de Noé e que a AIDS é o câncer gay. Não dá para levá-lo à sério pois ele não é um homem sério. 

Feliciano junta-se aqueles que desejam fazer do PSC o "Tea Party" da política tupiniquim. Falam em nome de cristãos e de um Cristo que mal conhecem. 

Quanto ao vexame Religioso, Feliciano explora o cristão mais simples exigindo ofertas vultosas, flerta com com a Teologia da Prosperidade, cobra pequenas fortunas para pregar em eventos organizados por seres da pior espécie e faz seus princípios esposados pelos piores cristãos norte-americanos. 

Feliciano se refestela na lavagem dos porcos e olha aos céus, com seus dentes manchados pelo lixo despejado pelos cristãos do Norte. Feliciano se alegra pelo olhar de aprovação de pregadores brancos que, segundo ele, veem em sua pregação uma veemência que por lá somente os negros tem. Negros com os quais ele prefere não se identificar, pois quiçá ainda carreguem a maldição de Noé.

A indignidade de Feliciano no entanto não pode legitimar os atos de violência e intolerância perpetrados por integrantes das minorias. Ainda que esdrúxulos, seus argumentos devem ser rebatidos no campo das ideias, único local onde se aceita algum tipo de batalha em uma democracia.

Seus argumentos podem ser veementemente rebatidos mas jamais seus direito de dizê-los, sob pena de constituir-se não mais a minoria dos gays ou negros mas sim a dos neurônios.

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