sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
Ser humano
O que é "ser humano"? O que é ser "desumano"?
Não, não, não quero saber sobre os compostos químicos de cada átomo ou de cada molécula que perfazem o corpo humano. Não quero o substantivo mas o adjetivo.
Não aceito que o reduzam a um amontoado de reações casuais que depois de bilhões de anos desaguaram num animal que tem um de seus órgãos capaz de, com descargas elétricas e reações físico-químicas, amar. E muitos já disseram que o ser humano se caracteriza por este detalhe: amar.
Mas ser humano não é somente amar. É odiar também. Se os animais não amam, também não odeiam portanto, odiar é tão característico do ser humano quanto amar. Ou até mais.
Ser humano assim, significa por vezes ser cruel, maldoso, insidioso, pérfido, loquaz, insano, coisas que somente os humanos podem ser.
A tensão portanto, é dialética, entre um "ser humano" considerando suas qualidades e virtudes e um "ser humano" com seus defeitos e paixões. Ambos portanto, são miserável e irrediavelmente, humanos.
Destarte, o conceito de "desumano", tem em seu bojo a valoração moral, ou seja, desumano é o que o ser humano em determinado momento histórico o considera como tal.
Isso me impinge o dever então de dizer que desumano são sim os animais, as plantas, os minerais, que iniciam e terminam sua existência com o único propósito de cumprir seu papel no ciclo de vida da natureza.
E portanto, o ser humano, ao ser desumano, nada mais é do que o humano ao extremo, o super-homem de Nietzsche, "que tem em si o sentimento de potência, a vontade de potência, a própria potência", que está liberto das amarras do cristianismo que segundo o mesmo Nietzsche o enfraquece, o vitupera, permitindo-o ser homem, ao máximo!
E é por isso que precisamos de Deus.
Perdas
Perdi
Amores por esquecer e deixar de amar.
Tempo em querer o que não devia, esquecendo-me do que deveria querer.
Dinheiro ao usá-lo no que não era pão.
Perdi
Ilusões as mais doces e sutis.
Sonhos, pueris.
Desejos, não tão celestes nem tão divinais.
Perdi
Amigos, engolidos pelas fendas que o tempo abre em nossos caminhos.
Inimigos, por desistirem de mim, eu desistir deles ou por ambos desistirem da inimizade.
Ideais, ao não acreditar mais neles e nem eles em mim.
Perdi
A vida, pouco a pouco, nas esquinas das frustrações.
A morte, por saber que jamais vou encontrá-la pois, quando ela estiver chegando, eu estarei partindo.
A graça, por ver que a desgraça é gratuita mas a graça tem um preço muito alto.
Perdi,
Perdi,
Perdi,
E por acreditar que vale a pena lutar por algo que ainda não perdi, mesmo sem saber bem o que é, só não perdi a fé.
Amores por esquecer e deixar de amar.
Tempo em querer o que não devia, esquecendo-me do que deveria querer.
Dinheiro ao usá-lo no que não era pão.
Perdi
Ilusões as mais doces e sutis.
Sonhos, pueris.
Desejos, não tão celestes nem tão divinais.
Perdi
Amigos, engolidos pelas fendas que o tempo abre em nossos caminhos.
Inimigos, por desistirem de mim, eu desistir deles ou por ambos desistirem da inimizade.
Ideais, ao não acreditar mais neles e nem eles em mim.
Perdi
A vida, pouco a pouco, nas esquinas das frustrações.
A morte, por saber que jamais vou encontrá-la pois, quando ela estiver chegando, eu estarei partindo.
A graça, por ver que a desgraça é gratuita mas a graça tem um preço muito alto.
Perdi,
Perdi,
Perdi,
E por acreditar que vale a pena lutar por algo que ainda não perdi, mesmo sem saber bem o que é, só não perdi a fé.
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